quinta-feira, junho 22, 2006

Não existe adeus

Trieste ficou lá no mesmo sitio, a vida continua lá como ontem, como no outro dia, como amanhã. Só eu é que já não estou lá, contribuo agora para a continuidade cósmica existindo em Portugal, regressando a Faro e Ao Nascer da Lua. Já não me lembro se foi Gabriel o Pensador que disse mais ou menos isto, mas ouvi algures que só se volta se o regresso compensa a despedida. Neste caso particular (o meu, em Trieste) já não percebo bem o que é regressar: se é voltar para lá, se é voltar para cá. Acho que depende do ponto de vista e da situação temporal. Se falo no passado agora é porque regressei para cá, quando lá cheguei foi um regresso também. O que está implícito em ‘regresso’ é que se retorna a algo familiar, regressa-se normalmente a ‘casa’. Pois bem, estou de volta a casa.

O que não implica que Trieste não seja também minha casa, os meus amigos Triestinos a minha família italiana , o dia a dia de lá a minha rotina.

Sou um sortudo, muita gente não tem sequer um lar. Eu tenho dois.

No que diz respeito Ao Nascer da Lua, existem alguns agradecimentos obrigatórios: Rádio Fragola (pela hospitalidade e ‘coração aberto’ com que me receberam), Nicola Rossi (pelas dicas técnicas e inspiração), Stefano Savio (pela valiosa colecção musical e altre cazzate), Flaviano Londero (por muita música nova que me apresentou).
Aliás, não sou eu que agradeço, são os ouvintes do Nascer da Lua.